terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Começar do começo

Antes de mais nada vamos nivelar nosso conhecimento básico.
O objetivo aqui não é a perfeição técnica mas um mínimo de unidade para tornar nossas vidas mais leves. Afinal estamos falando do que chamamos de prazer.

Media x Midia
Podemos entender Media como uma manifestação criativa humana (por exemplo música – a MENSAGEM) e Midia como o MEIO físico no qual esta manifestação é armazenada (o CD gravado por exemplo – outrora o LP gravado) e veiculada.

Analógico x Digital
Analógico é tudo aquilo não digitalizado, ou seja, aquilo que se apresenta em seu estado físico. Digital é a descrição em bits e bytes desta apresentação física. O resultado de um processo de digitalização é um Arquivo Digital gravado em determinada Midia em um dado Formato.

Formatos de Arquivos Digitais.
É pena que o verbete “Formatos de Arquivos Digitais” da Wikipedia em Português ainda esteja em construção (http://pt.wikipedia.org/wiki/Formatos_de_Arquivos_Digitais), mas fica a dica para o futuro.
Toda manifestação humana digitalizada se apresenta sob determinado FORMATO (organização interna do arquivo de dados correspondente). Por exemplo pegue um CD de Audio e verifique, usando o Windows Explorer em seu computador, o conteúdo deste mesmo CD. Você verá listadas as diversas faixas de conteúdo desta forma: Track01.cda, Track02.cda, etc.. Como em todo arquivo digital, temos o nome desta trilha (Track01) mais sua extensão (.cda – CD Audio). É esta extensão que identifica o FORMATO deste dado arquivo digital.
Se precisar descobrir o significado de determinada extensão de um arquivo use o site http://filext.com/
Os formatos de arquivos digitais podem ser classificados em:
NON COMPRESSION
São utilizados sem alteração em suas características originais. Não sofrem compressão para reduzir seu tamanho e portanto não sofrem perda de qualidade. Exemplos: CDA, LPCM (Linear Pulse Code Modulation) mais conhecido como PCM e seus derivados AIFF, RIFF, WAV, MLP.
COMPRESSION
São utilizados com alteração em suas características originais. Sofrem compressão para reduzir seu tamanho e portanto sofrem perda de qualidade (maior ou menor). Podem ser:
LOSSLESS
Sofrem perda mínima (ou nenhuma) de qualidade enquanto se consegue alguma redução de tamanho. Exemplos: Dolby TrueHD e FLAC
LOSSY
Sofrem alguma perda de qualidade enquanto se consegue muita redução de tamanho. O segrêdo aqui é a configuração da “bitrate” (taxa de bits). A “bitrate” define a qualidade do arquivo. Quanto maior o seu valor numérico maior a qualidade deste arquivo (e maior o seu tamanho físico) e vice-versa. Exemplos: Ogg Vorbis e MP3.
Em alguns formatos Lossy a compressão pode ser realizada configurando-se tambem o processo a ser utilizado:
ABR – Average Bitrate (Bitrate Médio)
CBR – Constant Bitrate (Bitrate Constante)
VBR – Variable Bitrate (Bitrate Variavel)
A maior qualidade com o menor tamanho de arquivo possível (para tal nível de qualidade) é conseguida pelo processamento VBR. Porem, nem todos os aparelhos leitores/reprodutores são compatíveis (reproduzirão o arquivo gerado). Já o processo CBR é o mais compatível deles, e, se usado em conjunto com uma bitrate de bom valor (por exemplo 192 Kbps para arquivos MP3) produzirá excelentes resultados.

CONTAINER FORMAT
É preciso ainda que possamos entender o que vem a ser um “Container Format”.
“Fluxos de dados” MULTIMEDIA contem Audio e Vídeo (daí multimedia), além de algum tipo de metadata que permite a sincronização do audio com o vídeo. Para que o “fluxo de dados” possa ser utilizado na guarda ou transmissão, precisa ser “encapsulado” em um “container format”, ou seja, um formato capaz de lidar com tal necessidade.
Existem varias alternativas de “containers”, tais como OGG VORBIS, ASF, QUICK TIME, REALMEDIA, MATROSKA e MP4.
Embora se diga que AVI é um CODEC, êle na verdade é hoje um “container format”, o qual muitos codecs podem usar.

CODEC
É um programa capaz de executar o ENCODING/DECODING (codificar/decodificar) de um sinal ou de um “fluxo de dados”.
Trocando em miudos, precisamos do CODEC apropriado para converter para/ler em um dado FORMATO.
Veja na Wikipedia em Inglês uma “Lista de Codecs”: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_codecs
Filmes salvos em formatos como AVI, MPEG e WMV são comprimidos e o Windows Media Player, por exemplo, tem de conhecer o algoritmo usado na compressão para poder reproduzir o vídeo. Entre os algoritmos possíveis de serem usados estão o VP3, Indeo em sua diversas versões, DivX, Cinepak, Microsoft Video, ClearVideo, TrueMotion, etc..
Como descobrir que CODEC a utilizar para um determinado arquivo? Bom, no site Clube do Hardware você vai encontrar uma dica do Gabriel Torres, sobre o programa Gspot, que resolve o problema. Veja em http://www.clubedohardware.com.br/artigos/941 .

ENCODER
É um programa capaz de executar o ENCODING (codificar) de um sinal ou de um “fluxo de dados”. É um programa especializado que visa a conversão para um determinado formato.
Vamos exemplificar usando o formato MP3, um formato Lossy, ou seja, com o qual podemos obter uma grande redução no tamanho original do arquivo a converter, mas as custas da perda de alguma qualidade (mais ou menos dependendo da bitrate utilizada). O mais famoso encoder MP3 é o LAME, hoje (na data do post - bem entendido) em sua versão 3.97. O LAME é um encoder Open Source (você não paga nada por êle). Sua homepage é http://lame.sourceforge.net/index.php .

Formatos de Audio.
São formatos de arquivos digitais específicos para uso com “fluxos” de audio, e, para tal otimizados.
Podemos encontrar na Wikipedia em Inglês uma tabela tipo “timeline” (ano de introdução) com varios formatos de audio (http://en.wikipedia.org/wiki/Audio_format). A tabela parte de formatos analógicos e termina com os mais recentes formatos digitais.

É só o começo, mas já nos permite uma certa uniformidade no discurso. Daqui prá frente tudo vai ser diferente: nós vamos aprender a "ripar" áudio.

Até lá.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Tah Explicado

Pela minha vida a fora duas coisas sempre foram uma constante: (eletrônica, áudio, vídeo e computadores - principalmente) e música (infelizmente só como apreciador). Desde quando ainda sonhava com computadores vendo-os nas telas de cinema naqueles antigos filmes de ficção científica da década de 60, salas enormes com equipamentos monstruosos piscando luzes coloridas, eu já os imaginava interligados aos equipamentos de Áudio e Vídeo (daqui por diante chamados de A/V). Demorou, mas o futuro finalmente chegou (pelo menos neste aspecto). Já de um bom tempo para cá temos eletrônica embarcada em equipamentos A/V. Na verdade temos eletrônica embarcada em quase tudo, mesmo nos mais inusitados equipamentos, por exemplo: geladeiras, máquinas de lavar e aspiradores de pó. Estamos, pessoas e equipamentos, interligados a nível mundial. A Internet é uma realidade. Era só uma questão de tempo para que toda esta tecnologia (infra-estrutura - software - hardware) virasse de cabeça para baixo o nosso lazer, assim como revolucionou o nosso trabalho.
É disso que trato aqui, no Vida Digital - Know-How. Trato da nossa relação com o lazer na era da Eletrônica. Trato das 6 questões básicas que deveriam fundamentar cada uma de nossas decisões (como - onde - quem - quanto - porque - quando), mesmo aquelas ligadas ao nosso prazer. Áudio, Vídeo, Foto, Comunicação, Produção Cultural e Computação, tudo isto interagindo, é disto que estaremos falando aqui na Vida Digital eventualmente (periodicidade estranha esta). Estaremos focados não só em equipamentos (o hardware), mas também (e talvez até principalmente) na produção resultante da união equipamento + espécie humana (o software).
Mas tudo isto eu já havia prometido no ano de 2004, quando experimentei escrever alguns números de uma newsletter que chamei de Tah Explicado - Vida Digital. Me deu muito prazer escrever a Tah Explicado mas ao mesmo tempo me ocupou um tempo que não disponha na época. Um pouco mais disponível no momento, volto ao antigo projeto, mas desta vez sob a forma de um blog que espero transformar em um ponto de encontro com os amigos de sempre e com todos os mais que se achegarem.

Até a próxima.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Sou eu: Ricardo Jevoux de Carvalho

Quem me conhece sabe que tenho muito a dizer quando o assunto é "Vida Digital".
Afinal a minha (vida digital) se iniciou em 1967, quando aos 17 anos de idade me tornei programador de Burroughs B-500 (um mini computador jurássico).
Logo descobri que precisava de mais: programar era pouco para quem esperava tanto da vida (e como eu esperava!). Me tornei Analista de Sistemas, Analista de Organização e Métodos, Consultor para Sistemas em indústria, empresário na área de desenvolvimento de hardware e software para Apple II, TKs e MSX (todos 8 bits), patrocinei o desenvolvimento de jogos com temática brasileira (alguém se lembra do adventure "Pedra da Gávea"?), importador/distribuidor de hardware PC, e, finalmente, manutenção de micro-computadores (desktop ou notebook) da linha PC, minha principal atividade nos dias de hoje.
Quando os primeiros computadores pessoais surgiram, em forma de kit para montagem ainda, eu embarquei na aventura de cabeça. Só não podia prever tudo o mais que estava por vir, embora sonhasse com o que hoje se denomina "Media Center Computer", ou seja, o computador como centro de um sistema para o qual convergiriam a criação, guarda e reprodução de diferentes midias.
"Convergência Digital" em seus diversos aspectos é o nosso assunto.

 
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